As crianças entram, em bandos, pelo portão da escola. Parecem um bando de pássaros num canto alegre. Repletos de entusiasmo e expectativas, barulhentos, vão para as salas de aula. O sinal bate, as portas fecham, eles calam, confusos veem a porta abrir e fechar. Nessa enorme gaiola, há um canto triste e a expectativa de quando será o voo leve do aprendizado. Uma confusão profunda, começou o massacre. Dessa forma, aplicamos nossa crítica a um sistema arcaico baseado no autoritarismo, engolir o quem vem predeterminado. Decorar é a solução? Provas, notas, sem canto, sem voo, presos a uma falsa escala que não mede conhecimento.
Antonio Lamy
As práticas baseadas em evidências científicas estão em voga, sendo revisadas por inúmeras publicações, nacionais e internacionais; como exemplo, cabe mencionar dois livros: Educação baseada em evidências: o que todo professor precisa saber (Luciana Brites e Roselaine Pontes Almeida) e Alfabetização: da ciência cognitiva à prática escolar (Alessandra Seabra, Ana Luíza Navas e Maria Regina Maluf), ambas publicações tratam sobre a aplicação da ciência na Educação.
Em análise, a contemporaneidade da educação brasileira é como se todas as vias nos levassem ao mesmo lugar: neurociência e psicologia aplicadas à educação. É indispensável, com certeza, contemplar as dificuldades socioeconômicas do país. Mas pormenorizar as dificuldades psicossociais que afetam a cognição, principalmente na primeira infância, é fundamental para que haja uma genuinidade no processo educacional.
As práticas empíricas permitem que os educadores construam sua base em pesquisas quantitativas, assim permitindo a qualidade nos resultados, retirando as opiniões (achismos), o senso comum, conduzindo assim os educadores para uma base educacional assertiva e responsiva.
A primeira infância remete à precocidade, e por que citá-la na educação juntamente com as práticas baseadas nas evidências científicas?
Em uma resposta bem simplista, o quanto antes os educadores conseguirem identificar/diferenciar dificuldades de aprendizagem dos transtornos do neurodesenvolvimento, poderão gerar dignidade e genuinidade na vida acadêmica dos seus educandos, tornando-se uma ponte estruturada e sólida, fundamentando uma via de mão dupla entre estímulos assertivos e repostas desejáveis, identificando assim a metacognição de cada aprendente.
Maritza Lamy Vaz de Mello