Imagine que você está fazendo um sossegado passeio com a família em um parque de diversões comum durante o fim de semana. Agora suponha que, num piscar de olhos, não haja mais parque, nem família e muito menos fim de semana. Terá sido tudo um sonho? Ou o pesadelo é que acabou de começar? Qual o limiar que ainda separa a realidade do devaneio? Essas são as questões que assolam a mente de Humberto. Ou melhor, a mente de JÓ2719PR29. Ou ainda melhor, a mente de alguém que, a partir desses confusos incidentes, já não tem ideia de qual seja a sua real identidade. Ele e toda uma sociedade que, de um momento para outro, percebe ser vítima da própria soberba ao se ver envolvida nas redes das criaturas robóticas que ela mesma havia inventado. O perigo vem da automação desenfreada que mora ao lado: será a humanidade capaz de passar por cima de apenas mais uma das adversidades de seu caminho? Ou a sua existência estará irreversivelmente ameaçada diante do crescente desenvolvimento da inteligência artificial?