Em A era da intolerância, o jornalista, cientista social e escritor Thales Guaracy põe em perspectiva a história do início do século XXI, do atentado às Torres Gêmeas, em Nova York, à pandemia do coronavírus: duas décadas que marcam o fim do capitalismo industrial e o surgimento do capitalismo tecnológico e da Sociedade da Informação, com seus avanços, incertezas e conflitos.
Usando como fio condutor os acontecimentos econômicos, políticos e sociais, marcados por uma grande revolução tecnológica, Guaracy nos leva a uma análise profunda dos desafios do mundo contemporâneo. A mesma liberdade que expandiu a democracia pelo globo – e permitiu grandes avanços na economia e no comportamento – deu impulso ao desemprego em massa e à exclusão social. Paradoxalmente, a tecnologia ajudou a expandir fenômenos supostamente arcaicos, como o fundamentalismo religioso, o radicalismo político, a xenofobia e as rivalidades nacionais, que se imaginava extintas após o fim da Guerra Fria.
A era da intolerância expõe como o globalismo, levado um passo adiante com a revolução tecnológica, gerou riqueza – e também um cenário de conflitos e medo, catapultando a intolerância, que encontrou no meio digital, segundo as palavras do autor, o “ambiente ideal para prosperar”.
Tendo em vista a superpopulação, a ameaça climática e a crise surgida com a mudança estrutural da economia, A era da intolerância aponta o grande desafio dos sistemas democráticos: resgatar sua promessa de entregar uma vida melhor para todos, diminuindo o estresse social. E vencer as forças demagógicas ou autoritárias que levam a conflitos com poder destrutivo de alcance apocalíptico.
História da inseminação do passado no presente, ou ensaio sobre o equilíbrio orgânico da civilização, A era da intolerância afirma o princípio de que somente a liberdade pode resolver os problemas criados pela própria liberdade. E resulta numa obra para figurar não apenas na galeria das grandes reportagens históricas, como também entre os ensaios essenciais à criação de soluções para a sociedade de hoje e de todos os tempos."