Este livro analisa como a educação foi subjugada pelas Forças Armadas para cumprir as pautas burguesas. A "Revolução de 1930" representou a ascensão de novas forças sociais, sem romper com a velha ordem. Com a ascensão de Vargas, o Estado passou a ter uma ação mais ativa na economia, com objetivo de desenvolvimento industrial, para atender segmentos da burguesia nacional. Os anos que seguiram tenderam a adotar um caráter desenvolvimentista aliado ao capital econômico estrangeiro. Em 1964, com a queda de Jango, visto como ameaça, a ditadura empresarial-militar iniciou os anos de chumbo, que duraram 21 anos. A educação assumiu forte caráter terminal e tecnocrata, servindo para o crescimento dos setores apoiadores do golpe civil-militar. As reformas empregadas na Educação Superior com a Lei n.º 5.540/1968, e no Ensino de 1º e 2º Grau, com a Lei n.º 5.692/1971, proclamavam a prerrogativa de erradicar o analfabetismo e acesso ao estudo. A pauta seguia a Teoria do Capital Humano, que almejava um desenvolvimento humano que possibilitasse uma alteração social do indivíduo, isto é, o estudo produziria uma alteração na classe social. Entretanto, na prática, constituiu-se de um fazer pedagógico no qual os filhos da classe trabalhadora suprissem a demanda do mercado ao sair do ensino ginasial, sem almejar o Ensino Superior, reforçando a estratificação de classes no Brasil, e que ainda tem reflexo no país.