Tomando como ponto de partida uma abordagem sobre a diversidade linguística a partir das concepções elaboradas pelos alunos do ensino fundamental II, esta pesquisa, qualitativa de cunho etnográfico, tem como objetivo principal contribuir com as discussões que envolvem o ensino de língua portuguesa centrada em uma pedagogia culturalmente sensível aos saberes dos alunos. A pesquisa de campo foi desenvolvida com 23 alunos na faixa etária de 10 a 11 anos de idade de uma turma do 6º ano de uma escola pública estadual em Salvador – Bahia. O aporte teórico deste estudo, desenvolvido a partir da Linguística Aplicada, contempla a sociolinguística educacional com foco na pedagogia culturalmente sensível. Nas discussões, duas perspectivas são contempladas, quais sejam: linguagem e ensino; os saberes dos alunos. Além disso, o trabalho propõe uma reflexão sobre o papel do professor na construção de um ensino de língua comprometido com a formação plena do cidadão e contra toda forma de exclusão social pela linguagem. Os dados foram gerados a partir de registros em diário de campo, questionários, atividades experimentais e entrevistas. Para analisar os dados, descrevemos o perfil dos alunos e comparamos o que dizem os estudos sobre a variação linguística com o que dizem os alunos sobre o tema. Os resultados mostraram-se relevantes não apenas para as discussões e implicações metodológicas e político ideológicas concernentes ao ensino de língua portuguesa na atualidade, mas, especialmente, para a reflexão de questões fundamentais para a construção de um ensino de língua materna democrática e não excludente.