Qual o impacto da ditadura militar na vida cotidiana dos trabalhadores?
Quais estratégias utilizaram para sobreviver àquele tempo sombrio?
Qual memória construíram sobre esse passado que não passa?
A obra apresenta as dificuldades enfrentadas pelos ferroviários cariocas, demonstrando como o histórico de luta e mobilização da categoria foi determinante para a intervenção militar na Rede Ferroviária Federal. A autora buscou compreender não apenas de que maneira a violência e a espionagem moldaram a vida cotidiana dos trabalhadores, mas evidenciar a complexidade dos comportamentos sociais durante aquela nova realidade de exceção. Mesmo por meio da autorreivindicação de uma existência comum, a lógica da suspeição recaía sobre os ferroviários, alvos da espionagem e repressão. Foram diversas as estratégias adotadas para sobreviverem e lutarem por direitos. Militantes políticos ou trabalhadores comuns, todos foram considerados potenciais inimigos do regime. A autora Isabella Villarinho lança um novo olhar sobre o cotidiano de trabalhadores no contexto do golpe de 1964 e da ditadura que se seguiu, sem desconsiderar também as batalhas de memória sobre o período, bem como as relações complexas e ambivalentes construídas entre sociedade e ditadura.