Resultado de uma dissertação de mestrado defendida na Universidade Estadual de Londrina (UEL), no curso de História Social, este livro se propõe a fazer um panorama sobre as diversas tendências do cinema brasileiro durante a ditadura militar a partir da análise de dois filmes icônicos: São Bernardo (1972) e Eles Não Usam Black-tie (1981), dirigidos por Leon Hirszman. Em ambos os casos, tratam-se de adaptações de obras já existentes: um romance literário e uma peça teatral. Os filmes foram produzidos durante a ditadura militar no Brasil, mas em momentos distintos do regime: um no auge da repressão e outro no início da redemocratização. Ao analisar as características semelhantes e as diferenças em ambos os filmes, este livro busca compreender como cada um deles dialoga com seu tempo presente específico, através de mudanças no material original ou em escolhas estéticas. Através da análise fílmica e em diálogo com pesquisas sobre o período, o texto busca uma reflexão sobre o período ditatorial, seu reflexo nas Artes e a importância da organização civil para o fim do regime.
O livro é dividido em três partes, sendo a primeira uma introdução sobre o cinema brasileiro antes e depois do golpe de 1964, além de suas principais correntes; já a segunda e terceira dão conta da análise detalhada dos respectivos filmes em diálogo com seus períodos históricos. Através da análise, busca-se compreender a história recente do Brasil e suas inúmeras contradições.