Em "A desejada das gentes", Machado de Assis apresenta a lembrança de Quintília, uma jovem de beleza extraordinária que, em vida, fora admirada e cortejada por toda a cidade. Cercada de pretendentes, se divertia com o fascínio que despertava nos homens, mas nunca permitia que ninguém se aproximasse demais. Mantinha-se independente, recusando propostas e preservando uma liberdade que apenas aumentava o mistério em torno de seu nome. Anos depois de sua morte, o Conselheiro, um dos muitos que se apaixonaram por ela, conversa com um amigo sobre a moça que encantara tantos corações e que, mesmo ausente, continuava a povoar as conversas da cidade. O diálogo entre os dois revela pequenas lembranças, gestos e impressões, como se cada palavra ajudasse a recompor a imagem perdida de Quintília. Entre recordações e confidências, a narrativa faz surgir o retrato de uma mulher que permaneceu intocável para todos, símbolo de um desejo que o tempo não apagou. Em torno dela, o amor e a memória se confundem, e o passado retorna em fragmentos que dão à história um tom de nostalgia e encantamento.