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À deriva da maré: padrões de desenvolvimento e de trabalho no Polo Naval de Rio Grande

À deriva da maré: padrões de desenvolvimento e de trabalho no Polo Naval de Rio Grande

Sinopse

À deriva da maré: padrões de desenvolvimento e de trabalho no Polo Naval de Rio Grande aborda o desenvolvimento ensejado durante os governos de Lula e Dilma Rousseff, centrando a análise na reativação da indústria naval, cuja estratégia de descentralização corroborou a ênfase no papel do território e as implicações para o trabalho. O livro destina-se ao público que se interessa pela articulação de forças estatais, por sua ação e sua capacidade para geração de emprego e renda. Visa contribuir com os estudos sobre a referida indústria e sobre a ativação do mercado de trabalho, assim como problematizar o tipo de trabalho realizado na indústria naval recentemente. O leitor verá como a ação do Estado impacta o desenvolvimento regional e cria um mercado de trabalho para a região empobrecida do Rio Grande do Sul. Para tanto, o livro percorre dois eixos: O primeiro consiste em analisar a indústria naval instalada no período do Estado indutor do crescimento econômico e regulador qualificado como "neodesenvolvimentista", caracterizando o contexto no qual o Polo Naval se instalou, bem como as mudanças, rupturas e continuidades resultantes deste processo para o município de Rio Grande. Como essa indústria depende de um Estado que seja interventor e regulador, e como as políticas para o setor são compostas em agenda de governo, temos que a mudança no papel estatal a afetam sensivelmente. No caso em estudo, houve a fabricação de uma conjuntura oriunda, principal, mas não unicamente, da condução da Operação Lava Jato, que teve um efeito cascata tanto no desmonte dessa incipiente indústria quanto na reorientação do papel do Estado posta em marcha a partir de 2016. Assim, o segundo eixo consiste em compreender o trabalho e os contornos que assumem a modalidade da produção flexível no processo de organização da produção no Polo. Para esta análise, captamos desde as mudanças, no momento de crise, na forma de recrutamento de trabalhadores, a composição hierárquica no contexto da produção, até a reorganização dos trabalhadores com base em seu sindicato, que buscou adequar suas ações diante da crise instalada. Observamos o caráter híbrido e suas alternâncias no que tange a organização do processo de trabalho e modalidades de flexibilidade presentes no Polo e que sofrem alterações nos dois momentos: de 2010 a 2014; e de 2015 a 2016. As mudanças expressam-se na trajetória dos trabalhadores, no recrutamento, na remuneração flexível, na flexibilidade funcional e na forma de organização dos trabalhadores em torno do sindicato.