Esta obra corroborou a necessária superação de ideias que apresentam a imaginação e a criatividade como expressões naturais e livres da consciência, conduzindo seu leitor à compreensão de que apenas a liberdade interna do pensamento, do conhecimento e da ação, alcançados tão somente pela apropriação do legado cultural maximamente desenvolvido, possibilita-lhes existir concretamente. Dado que nos conduz a uma constatação: o indivíduo efetivamente criativo não é alguém a quem algo foi acrescentado, mas alguém de quem nada (ou o mínimo!) foi retirado! Eis, pois, que a luta contra as condições de alienação – objetivo maior na transmissão
dos conhecimentos historicamente sistematizados – represente também a defesa da formação de sujeitos aptos a criar, especialmente, outro modelo de sociedade.
Lígia Márcia Martins
trecho do Prefácio