As motivações para a escrita desta obra se originaram da necessidade em compreender as relações preexistentes e muito exploradas no campo da antropologia acerca da urbanização de povos indígenas, entretanto, o foco destes olhares está voltado em sua maioria para o indígena em sua vida adulta, pouco se tendo dito sobre as crianças que estão presentes nestas relações, que em muitas ocasiões são conflituosas. Poucos olhares observaram como as crianças indígenas que residem nos contextos urbanos enfrentam os desafios no cotidiano com suas famílias, comunidades ou nas escolas, que em dados momentos geram conflitos e tendem a enfrentá-los sozinhos sem a atenção de um adulto que o compreenda ou o ajude a resolvê-los.
Considerando esta amplitude, não nos é permitido afirmar a existência de uma única concepção acerca da infância, mas uma variedade de infâncias que iniciam no seu próprio contexto social e expandem-se a outras linhas fronteiriças preestabelecidas por suas características culturais e étnicas.