A partir das relações de poder que se estabelecem entre o campo político e a instância comunicativa midiática, o livro tem como ponto de partida o conceito de campanha permanente, definido como o uso dos recursos disponíveis no trabalho por parte dos atores políticos (governos, partidos, congressistas ou líderes), a fim de construir e manter o apoio popular. É desenvolvido um estudo sobre a construção da imagem de Dilma Rousseff, do partido dos trabalhadores (PT), em três instâncias: pronunciamentos em rede de TV, Horário Gratuito de Propaganda Eleitoral (HGPE) e jornal Folha de S. Paulo. Busca-se verificar como foi trabalhada a campanha, permanente, na função de Presidente da República, eleita em 2010 e de candidata à reeleição em 2014. Como corpus de análise, são analisados, primeiramente, os espaços institucionais ocupados como presidente da República, tomando como recorte os pronunciamentos em Cadeia Nacional de Rádio e TV (CNRT), durante seu primeiro mandato. Secundariamente, procura-se verificar se a imprensa, por meio da cobertura dos pronunciamentos, projetou uma imagem negativa, positiva ou neutra de Dilma Rousseff na posição de presidente, tomando como recorte as notícias publicadas pelo jornal Folha de S. Paulo. Como terceira dimensão de análise, são investigados os HGPEs de 2014. Como estratégia metodológica, recorreu-se à Análise de Conteúdo de Bardin (1977), a fim de analisar separadamente os objetos e depois identificar os pontos de confluência e os aspectos dissonantes. Identificam-se dois momentos no governo Dilma: o de alta popularidade até as manifestações de junho de 2013, e a fase posterior, com queda da aprovação e uma disputa acirrada na eleição de 2014, quando saiu vitoriosa com um percentual muito reduzido de votos em relação ao candidato Aécio Neves do Partido Social da Democracia Brasileira (PSDB). Houve mais pontos de confluências no primeiro momento entre o discurso da petista e a cobertura da imprensa. O segundo período foi conturbado e houve uma cobertura mais negativa e crítica por parte da mídia. A comunicação eleitoral foi uma forma de buscar resgatar as ações do governo, havendo uma intensa propaganda negativa de ataques entres os adversários.