A consciência intelectual não busca criar invenções para si mesma, pois suas ideias nunca corresponderão a autenticidade da existência, mas sim o que busca na existência, e sempre que se propuser a investigá-la, ela sempre se deparará com ocultações, mistérios e dissimulações. A Realidade deve ser garimpada, buscada, desvelada, pois sempre estará ocultada, por todo nosso derredor mascarada. O esforço intelectual consiste em verificar, perceber, desnudá-la de seu véu e explorá-la, pois, quando ela torna patente o seu oculto, despe-se completamente nua, revelando-nos sua verdade. A consciência intelectual não é reduzida ao simples exercício de atividades psíquicas intelectivas como pensar, refletir, inferir, abstrair, na verdade, estas são atividades inerentes, assim como é inerente a perna andar, os olhos enxergarem, o ouvido ouvir, o paladar degustar, o nariz respirar, pois apenas executam aquilo que lhes são próprios. O que seria do andar sem a superfície para caminhar? O que seria do enxergar sem a luz para ver? O que seria do escutar sem o som para ouvir? O que seria do paladar sem o alimento para degustar, e o que seria do nariz, sem o ar para respirar? O nariz não produz o ar, o ouvido não produz o som, o caminhar não produz a superfície, os olhos não produzem a luz, assim também é a razão humana, pois igualmente não pode produzir realidades e nem verdades, pois elas se precedem e se transcendem, portanto, jamais poderão ser produtos da nossa mente. Nós, como seres dotados de consciência intelectual, estamos fundamentados na realidade e na verdade, e estes são os princípios que nos propiciam o conhecimento que faz pensar os pensamentos, refletir as reflexões, saber os saberes, pois a razão humana nunca será a verdade absoluta. Não vem dela a fonte absoluta do conhecimento, mas da existência absoluta e eterna, o que nos permite o conhecimento intelectivo do real e da verdade para toda a integridade do nosso ser espiritual, intelectual, moral e social.