No século XVIII, a Capitania de Minas Gerais tinha sua configuração territorial indefinida. Este trabalho mostra quem foram os primeiros habitantes da nascente do S. Francisco, Serra da Marcela e Quilombo do Ambrósio e a forma como a terra era distribuída e explorada, bem como os ritmos de povoamento no período compreendido entre 1737-1790. Trata-se de uma sociedade baseada na grande propriedade rural e fundamentada na economia de subsistência. O ritmo de ocupação foi impulsionado por uma expedição realizada em 1769 em busca de ouro e investigando a presença de quilombos. A conquista e ocupação do Alto S. Francisco não podem ser vistas apenas sob a ótica da posse da terra. A anomia dos lugares explica a imprecisão contida nas cartas de sesmarias. A falta de limites precisos gerava contendas entre os sesmeiros. Não se pode atribuir unicamente aos negros a explicação para o pouco interesse, até meados do século XVIII, pela região. A consciência geográfica dos habitantes das Minas setecentistas fundamentou a construção de diversas identidades regionais. Destaca-se a face rural da capitania, seus sertões, currais e campos. O Alto S. Francisco foi ocupado devido às necessidades econômicas e políticas, daquele momento, resultado de um processo maior de expansão. O território começou a ser explorado ainda na primeira metade do século XVIII, com a concessão em 1737 de algumas sesmarias nas cabeceiras do Rio S. Francisco.