A Amazônia se torna um objeto de interesse para as ciências humanas e sociais, sobretudo a partir das três últimas décadas do século passado. Em particular, no período que coincide com dois movimentos importantes na formação do campo dos estudos amazônicos. O primeiro é o processo de consolidação das estruturas científicas nacionais, oriundas de políticas estratégicas do país, que vai permitir que se tenha uma produção acadêmica sólida e continuada sobre a região. O segundo movimento, mais complexo, é o da autonomização dos vetores de desmatamento e de destruição da floresta, processo elaborado em sua maior parte e implementado pela ditadura militar, mas continuado desde a redemocratização do país. O presente livro tem por ambição discutir alguns dos aspectos dessa importante e crescente área de estudo. Ele visa contribuir para a realização de uma análise dos processos e transformações que sofre a Amazônia a partir de uma perspectiva que contesta o modelo de desenvolvimento imposto e as dinâmicas de acumulação no contexto da modernidade. Um dos temas mais relevantes da agenda socioambiental, essa região vai passar a portar um significado fundamental, que remete ao mundo que as gerações atuais deixarão para as futuras.