Este livro foi motivado por uma pesquisa que abordou o processo formador das academias de capoeira, suas formas de expansão e significados na capital da Bahia ao longo do século XX e nas duas primeiras décadas do século XXI. Tem-se como marco referencial as experiências dos encontros históricos ocorridos entre capoeiristas nos espaços públicos partilhados pela cidade, um movimento sociocultural que se prolongou para os recintos fechados no decorrer da década de 1930. Posto isso, a Cartografia da Capoeira ilustrada no livro, representa um instrumento de análise socioespacial, visto que, a originalidade do escrito encontra-se na relação entre capoeira, resistência, território e a cidade de Salvador. Nesse contexto, a prática cultural é exibida enquanto elemento da diversão popular na promoção do lazer na geografia da metrópole baiana. Conjuntamente ao cenário das escolas de capoeira, o livro aborda também desdobramentos do saber popular e a (re)criação de territórios culturais na contemporaneidade, para divulgação, afirmação, legitimação e continuidade dos valores civilizatórios de Salvador. Uma estratégia para evidenciar a pulsão comunal e arrefecer as necessidades de comunicação interpessoal.