Será possível que o problema do bem e do mal, a nossa faculdade de distinguir o certo do errado, esteja relacionado com a nossa faculdade de pensar? Uma das maiores pensadoras do século XX, a filósofa alemã de origem judaica Hannah Arendt, formulou essa pergunta ao se deparar com o que ela chamou o fenômeno da “banalidade do mal”, depois de ter presenciado o julgamento do criminoso nazista Adolf Eichmann. A capacidade de julgar: um diálogo com Hannah Arendt, livro da jornalista e mestre em filosofia pela UFG Rosângela Chaves, percorre a obra de Arendt no esforço de mostrar a trajetória de um pensamento que se defrontou com a problemática do mal decorrente dos regimes totalitários e foi buscar, na capacidade dos seres humanos de pensar e julgar por si próprios, a possibilidade de construção de uma ética. Não uma ética baseada em normas e princípios fixos, mas assentada sobre a nossa atitude de responsabilidade para com os outros e para com o mundo.