A poética de Frei N. Confaloni é um convite para a remitologização do olhar por sua poesia pictórica, seu mundo simbólico imaginal. Frei dominicano, missionário, filósofo e teólogo, artista italiano, formado em Florença, com estudos em Milão e Roma com mestres do Novecento, chega ao Brasil em 1950, aos 33 anos, como missionário encarregado de afrescar e ser prior da Igreja do Rosário na cidade de Goiás.
Por seus quadros, Confaloni revelou-se e às suas crenças, não só materializou aquilo que explicava seu mundo, mas também por meio de sua singularidade de homem religioso e artista. Deixou um legado valioso, formou uma geração de artistas reconhecidos, foi um dos fundadores da Faculdade de Belas Artes e a de Arquitetura. Construiu a Igreja de São Judas Tadeu. Deixou uma obra consistente de grande sensibilidade, técnica perfeita e refinada estética.
Grandes autores e teorias nortearam esse caminhar amoroso poético: Bachelard, Octávio Paz, Durand, Mircea Eliade fazem parte dessa viagem acessando o Museu de imagens que contém a herança espiritual da evolução humana que Jung nominou de Inconsciente Coletivo. Ao imaginar e imaginar-se vamos construindo narrativas de conhecimento, de realidade e de memória para alcançarmos a ambiência simbólica do imaginário do artista, formando a sua memória afetiva promovendo uma revelação sagrada.