Esse Livro buscou analisar a inter-relação entre a ambiência de um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) tipo II da região metropolitana de Fortaleza-CE, e o cuidado prestado por seus trabalhadores aos usuários. Para apreensão desse objetivo, foi necessário encontrar uma via de compreensão dessas implicações, o que se deu por meio da Psicologia Ambiental. O embasamento teórico seguiu o eixo "construção histórica do cuidar da saúde", focando na saúde brasileira e na implantação do Sistema Único de Saúde, desembocando no movimento de Reforma Psiquiátrica e no novo paradigma de cuidado psicossocial que tem o CAPS como seu principal dispositivo. No segundo eixo, temos a Psicologia Ambiental, que tem como ponto de intercessão a constituição das relações humanas a partir do seu entorno construído. Os sujeitos da pesquisa - trabalhadores dos CAPS das mais diversas profissões - foram convidados à participação e compuseram um total de treze pessoas. Os instrumentos utilizados para a coleta de dados foram a observação participante, mapeamento visual, seleção visual e entrevistas semiestruturadas. Os dados coletados foram submetidos à análise de dados de Bardin e agrupados em duas categorias temáticas: a estrutura física do CAPS e sua ambiência; o fluxo do cuidado e sua ambiência. Os resultados obtidos apresentam as dificuldades dos trabalhadores em relação à territorialização, privacidade e apego ao lugar, o que influencia o relacionamento interpessoal da equipe dificulta a execução do cuidado psicossocial, ou seja, uma ambiência precarizada.