A escrita não faz nossos fantasmas irem embora. Eles seguem nos acompanhando, mesmo sorrateiramente, a nossa espreita, prontos para nos encararem de frente quando menos esperamos. E o que muda então? Passamos a conhecê-los e até a nomeá-los.
Então, quando resolvem nos visitar, ao invés de lutarmos e nos debatermos inutilmente para espantá-los, demandando uma energia desmedida, aprendemos a convidá-los para se sentar conosco e tomar um café. Paramos para sintonizar em outras frequências, fortalecendo-nos e nos abrindo diante do novo. Assim, deixamos de empurrar com as mãos o que deve ser acolhido com o coração.
Nosso lado sombra e nosso lado luz caminham, juntos, na incrível jornada de sermos humanos. É dessa aventura que este livro trata. Da busca de cura das dores da alma e conciliação entre nossos lados; de nos entendermos com nossos fantasmas, convidando-os para dançar no palco da vida. Escrita como expressão artística dos inumeráveis estados do ser, como diz Nise da Silveira, inspirada em Antonin Artaud.
Escrita como forma de ressignificar os vazios que nos constituem e apreciar o processo de nos tornarmos aquilo que somos. Então, pega teu café e entra! Quem sabe algo aqui não te afeta e te conecta com tua alma também.