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3 (três) Momentos

3 (três) Momentos

Sinopse

O que aqui se encontra publicado foi escrito em vários momentos. Por muitas e muitas vezes selecionei alguns textos de uma pilha de longos anos e destruí o resto. (Sei que muitos, se chegarem a ler este livro, irão talvez sugerir a destruição do que sobrou.) Eu mesmo até hoje não sei qual teria sido o melhor destino para esses textos. Eu li bastante sobre poesias e poemas. Estudei. Acho que entendi e admirei a grande maioria dos poetas. Na hora da criação, porém, foi como se me despisse de todas aquelas teorias. Com raras exceções, alguns dos textos aqui reunidos conservam alguma coisa daquela "sabedoria". No mais, foi como se me despojasse de tudo que aprendera até então. Era como se escrevesse virgem, sem seguir qualquer enunciado — Que não se enxergue nisso uma justificativa para os meus maus versos: sou bastante corajoso para não cometer tal vilania. — Isso trouxe-me uma grande insegurança: o que era aquilo espalhado pelas folhas de papel? Seria poesia? Teria poesia? Em algumas poucas coisas eu mesmo poderia responder afirmativamente. Em algumas poucas coisas... Bem, pior que isso foi a decisão de publicar ou não. Se não existisse hoje a facilidade da publicação sob demanda talvez esses textos (poemas?) não tivessem sido trazidos a público (ouço as vozes daqueles lá de cima: "Teria sido uma sábia decisão"). Esta apresentação tem o intuito de me justificar antecipadamente e me trazer certa forma de tranquilidade: não espero que me conheçam pelo que sou, mas menos ainda que me reconheçam pelo que não sou. Eu realmente não escrevi poesia para poetas e literatos. Escrevi para qualquer um e para ninguém. Escrevi meus sentimentos, e vi nisso poesia. Pode ter sido esse o meu terrível engano. Aí, bem pode também estar o motivo de eu nunca mais ter-me arriscado num "texto poético". (De novo, para euforia dos "sussurradores".) Mas pretendo cometer mais um equívoco: sendo um livro publicado sob demanda, eu poderia retirá-lo de circulação quando quisesse. Mas não, assumo o meu equívoco e o mantenho como prova: ninguém é perfeito! Por fim, que sirva aos meus detratores (se existirem) ao tentarem provar que a minha genialidade não era tão infalível assim.