Esta obra trata-se de uma pioneira contribuição que busca apresentar o estado da arte da pesquisa científica sobre a Área de Proteção Ambiental (APA) de Macaé de Cima. Essa coletânea representa uma aspiração dos organizadores que, na condição de pesquisadores, gostariam de produzir um material que reunisse o maior número de contribuições investigativas desenvolvidas para sistematizar a produção científica da área. Além disto, busca-se promover o reconhecimento e a valorização dos aspectos naturais e culturais da região, e ainda, auxiliar a gestão do território. A proposta tem também como objetivo provocar reflexões, inspirar novas pesquisas e reunir pesquisadores que, até então, trabalhavam separadamente. A iniciativa começou em 2020 quando diversos autores foram convidados para resumirem suas pesquisas no formato dos capítulos aqui apresentados. Essa coletânea conta com análises produzidas em dissertações de mestrado, teses de doutorados e outros tipos de projetos científicos. Todos os capítulos estão enriquecidos com outras referências para que os leitores possam se aprofundar nos temas em pauta. Praticamente todos os convidados aceitaram o desafio. Neste percurso, foi possível organizar um amplo material que ilustra a singularidade desta amável comunidade e a peculiaridade de seus recursos naturais, como também agradecer o acolhimento dos habitantes e frequentadores da APA em relação a esta publicação. O tempo necessário para produção do material coincidiu com a comemoração do aniversário de 20 anos da criação da unidade de conservação. Esse é parte do nosso presente para a APA Macaé de Cima. Neste livro, apresentamos as pesquisas voltadas para as características ambientais da unidade de conservação em oito capítulos. No primeiro capítulo, "Caracterização da dinâmica fluvial do alto curso da bacia hidrográfica do rio Macaé", Raphael Nunes de Souza Lima e Mônica dos Santos Marçal se debruçam sobre a complexidade de processos hidrogeomorfológicos, operando sobre múltiplas escalas espaciais e temporais, que produzem notável diversidade de ambientes fluviais e interagem determinando os fluxos de sedimentos, água e nutrientes ao longo do sistema. Os autores aplicam a metodologia de Estilos Fluviais, que favorece a interpretação dos arranjos espaciais dos rios, sob a perspectiva de que estes ocupam um lugar dentro do contexto da paisagem e da bacia, reconhecendo que um rio faz parte de um sistema físico com uma trajetória espaçotemporal, para elaborar uma caracterização destes ambientes na bacia do rio Macaé. Pilar Amadeu de Souza e Mônica dos Santos Marçal, no segundo capítulo, "Processos, comportamento e conectividade do rio Macaé", analisam o padrão de comportamento longitudinal do rio Macaé, de montante à jusante, a partir das características hidrológicas (vazão e chuva); sedimentológicas (cargas de fundo e em suspensão); e geomorfológicas (morfometria e mapeamento multitemporal de feições geomórficas dentro do rio) para avaliarem a conectividade dos ambientes fluviais e contribuírem para o entendimento sobre o comportamento e a transferência hidrossedimentológica no sistema fluvial. André Bittencourt Amador, em "Qualidade das águas da bacia do alto rio Macaé, Nova Friburgo (RJ)", trata de um dos recursos mais valorizados na APA Macaé de Cima, seja pelos turistas que buscam os rios para banho, como pelos agricultores que utilizam-na em seu cotidiano. A criação da APA, inclusive, teve e ainda tem, como objetivo proteger as nascentes desta importante bacia hidrográfica para a região norte fluminense. O autor desenvolveu, em 2003, análises de parâmetros físicos, químicos e bacteriológicos, em 18 pontos representativos da bacia, que servem de referência para futuras pesquisas.