A produção acadêmica e intelectual de Giovana Xavier em “Você pode substituir mulheres negras como objeto de estudo por mulheres negras contando sua própria história” mesmo quando enfileira complexas teorias, é perspicaz e cirúrgica. É divertida, ora irônica. É generosa. Ela não só nomeia as pensadoras diplomadas que a influenciaram, de Kimberlé Crenshaw a bell hooks, de Conceição Evaristo a Djamila Ribeiro, mas também reconhece e louva a intelectualidade de mulheres que a desigualdade, o machismo e o racismo brasileiros teimavam em invisibilizar. Giovana inova com sua profissão de fé na História em primeira pessoa. Provoca ao apontar o bolor das interpretações estereotipadas. Ousa ao teorizar sobre surfe, rap, férias, rebolado, orixá, literatura, Baco Exu do Blues, teatro - tudo junto e misturado. Cruza territórios, escrutina personagens, reinterpreta narrativas. Seu livro é reflexão vezes nove. Aperte o cinto e viaje." - Flávia Oliveira, jornalista

Giovana Xavier é uma intelectual negra construtora de pontes para a comunidade de mulheres negras que se põem no debate público para fundar novos marcos civilizatórios. Conheço-a há anos, desde quando organizou o Catálogo de Intelectuais Negras Visíveis, que trouxe para a visibilidade mulheres de diferentes áreas, reconfigurando o que entendemos por intelectualidade, e também praticando um exercício real de sororidade. Testemunho de perto sua altiva caminhada como professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde, em sua disciplina ""Intelectuais Negras: escritas de si, saberes transgressores e práticas educativas de mulheres negras"", suas pontes ligam a comunidade estudantil aos exemplos de grandes mulheres que sistematicamente foram invisibilizadas. Neste livro que traz suas colunas no Nexo Jornal e no blog Conversa de Historiadoras o público leitor poderá se inspirar na historiadora, cujos textos humanizam mulheres de luta, formulam saberes e enfrentam as boas batalhas. Leitura altamente recomendada.