Derruba mal-entendidos arraigados, sem eliminar a pluralidade de interpretações possíveis a um dos capítulos fundamentais da história da humanidade. Neste livro, pensamento e ação não são vistos de forma estanque. O autor rejeita, por exemplo, a idéia de que o Iluminismo se limitou a uma elaboração teórica, ao passo que a Revolução teria sido apenas a sua consequência prática. Considera o chamado "Espírito das Luzes" já como uma reflexão sobre um processo revolucionário, no caso, o ocorrido na Inglaterra no século XVII. Do mesmo modo, trata a Revolução Francesa como representante não só da concretização daqueles ideais filosóficos, mas também uma etapa de toda a construção teórica sobre o Iluminismo. Um texto fluente e crítico, que substitui os conceitos rígidos à luz dos quais o assunto costuma ser tratado, faz jus ao próprio tema do livro, que se define exatamente pela histórica insatisfação com o consagrado e pela rigorosa desconfiança diante das unanimidades.