O Livro da Morta Viva: Muito antes de Crepúsculo ser publicado, os vampiros já haviam chegado à literatura. É bom lembrar que, antes disso, estes personagens já faziam parte do folclore de vários países do Leste europeu. O primeiro vampiro a se transformar num best-seller foi Drácula, do escritor irlandês Bram Stoker, livro lançado em 1897.
No entanto, o sucesso da obra só aconteceria vinte e cinco anos depois, quando o livro foi adaptado para o cinema (mudo) por F.W. Murnau. A partir daí, o célebre conde conheceu diversas outras adaptações cinematográficas, entre as quais a dirigida por Francis Ford Coppola em 1992.
A fama de Drácula fez com que o outro conto Carmilla ou A vampira de Karnstein, publicado em 1872, que deu origem ao Livro da Morta-viva, ficasse quase esquecido pelos editores em geral e, por causa disso, menos conhecido da grande maioria dos leitores.
Essa breve narrativa tem vários méritos, entre os quais o de ter influenciado Bram Stoker na criação de Drácula, mas não é necessário ficar no âmbito da comparação nem no caráter pioneiro de Carmilla para reconhecer seu valor.
Desde o capítulo inicial, essa obra-prima da literatura de terror, agora em audiolivro, envolve e o transporta para um mundo de mistério e medo, num crescendo de emoção que só se encerra nas últimas páginas. Por isso, é melhor deixar de lado as divagações sob fatos históricos e literários e deixar que este audiolivro te leve a conhecer logo Laura, a narradora-personagem de Carmilla, e seu estranho relacionamento com a personagem-título, uma autêntica representante da família dos mortos-vivos, numa época em que eles não haviam chegado ao crepúsculo e eram definitivamente criaturas do mal.