Em seu livro de estreia, considerado um best-seller nacional, a autora nos apresenta o cotidiano dos tuberculosos em tratamento na Serra da Mantiqueira, em um tempo em que a doença era conhecida como a "peste branca".Durante a epidemia de tuberculose que assolou o Brasil nas primeiras décadas do século XX, Campos do Jordão, região montanhosa com clima ameno, tornou-se um refúgio para os doentes, com a criação de hospitais e pensões para recebê-los. A esse cenário, repleto de belas paisagens e atmosfera bucólica, a jovem Elza chega angustiada e ansiosa pela cura. Lá, instala-se na casa de dona Sofia, onde passa a conviver com outras moças também enfermas ― Lucília, Belinha e Letícia ―, e, juntas, vivem uma rotina de cuidados médicos, passeios pela natureza, companheirismo e experiências profundas que vão muito além do restabelecimento da saúde. Entre paixões, desavenças, perdas irreparáveis e alegrias singelas, as personagens refletem sobre amor, amizade, preconceito, luto, solidão, diferenças sociais e os costumes da época, em uma narrativa envolvente, marcada pela linguagem ao mesmo tempo poética e precisa de Dinah Silveira de Queiroz.Publicado originalmente em 1939, Floradas na Serra foi o primeiro romance da autora. Além de ter sido contemplado, em 1940, com o Prêmio Antônio de Alcântara Machado, da Academia Paulista de Letras, também foi adaptado para o cinema, em 1954, e duas vezes para a televisão, em 1981 e 1991.QUEM FOI DINAH SILVEIRA DE QUEIROZ?Nasceu em 1911, na cidade de São Paulo, em uma família profundamente dedicada às letras. Seu primeiro livro, Floradas na serra, lançado em 1939, tornou-se de imediato um best-seller ― a primeira edição esgotou-se em pouco mais de um mês. A obra de Dinah abrange romances, crônicas, contos, artigos e dramaturgia ― e a ficção científica nacional teve na autora uma pioneira, uma vez que foi das primeiras escritoras a publicar dois livros de contos nesse gênero: Eles herdarão a terra (1960) e Comba Malina (1969). Faleceu em 1982, aos 71 anos.POR QUE OUVIR ESTE LIVRO?• A obra está fora das livrarias desde a primeira metade da década de 2000.• Dinah conseguiu retratar, no calor do momento, os impactos de uma doença grave como a tuberculose na saúde pública e na vida cotidiana não só dos doentes, mas na dos familiares e da sociedade como um todo.• A dinâmica entre Elza, Belinha, Letícia e Lucília e os outros personagens evoca muitos sentimentos e nuances do comportamento humano.• Sem precisar ser panfletária, a autora consegue abordar as diferenças de impacto da infecção em homens/mulheres, pobres/ricos, jovens/pessoas mais velhas, retratando o preconceito que sofriam, muitas vezes dos próprios familiares.