Exu e sua contraparte feminina, Pombagira, são as Entidades Espirituais mais conhecidas e mais controversas de todas as que se manifestam nas práticas afro-brasileiras. Isso porque, em todas elas, as demais Entidades são sempre mantidas a certa distância que os diviniza e sacraliza, enquanto Exu é visto como próximo e íntimo do ser humano, sendo, inclusive, tratado por seus fiéis carinhosamente como Compadre. O arquétipo representado por Exu também contribui para a criação desse vínculo quase afetivo entre o homem e o espírito. Párias de toda natureza, marginais no sentido literal da palavra - aqueles que vivem à margem -, a figura de Exu representa a própria natureza humana com todos os seus vícios e virtudes, livre das amarras morais impostas pela sociedade ocidental. Exu é, portanto, pai, irmão, amigo e, por que não, reflexo daquele que o cultua, servindo inclusive como elemento de catarse.
É a partir dessa relação de afetividade com o sobrenatural que Diego de Oxóssi lança seu primeiro livro "Desvendando Exu - O Guardião dos Caminhos". A obra, que teve origem na palestra de mesmo nome realizada pelo autor em eventos esotéricos no Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre, busca a origem afro-mitológica de Exu e constrói um resgate histórico desde o surgimento das religiões de matriz africana em todo o país até os dias atuais, com o advento da Quimbanda Tradicional.