Trata-se de um conto infanto-juvenil, para criança a partir de 5 anos, narrando a trajetória de uma criança cega, superprotegida, pelos pais e que queria descobrir o mundo externo ao seu micromundo familiar. Apresenta atividades, passeios, oportunidades de vivências repletas de aprendizados que a levam a inclusão social entre outros fatores.
Caracteriza-se por ser texto pioneiro, por possuir conteúdo vivencial, pois além de ser um conto infantil, descreve itens com formas, texturas, dimensões, incluindo vocalizações de animais, sons diversos e os oriundos da natureza, para dar oportunidade de crianças cegas descobrirem o que apenas podem imaginar. Ele as incentiva a apurarem, também, paladar e olfato, além de outros itens e sugere aos pais, atividades, situações e oferece dicas que podem auxiliar seus filhos a descobrirem o mundo de forma mais fácil, lúdica e educativa, ao tempo que propiciam superação. Trabalha com o imaginário das crianças e sua liberdade de criação.
Para a consecução deste audiobook, contei com o valioso trabalho de profissionais de alta envergadura técnica, para darem mais vida e emoção à estória em foco. A narração foi feita pela narradora e dubladora Monica Rossi, uma profissional de renome nacional e o trabalho de sonorização e mixagem realizado por Laércio Salles, profissional responsável pela sonorização das novelas da TV Globo. Tive orientação e consultoria técnica de Virgínia Menezes e Henriqueta Flach, adultas, ambas cegas, e, de comprovada competência nessa área. O audiobook é mais uma obra integrante da marca “Escrita com Afeto”.
A estória está dividida em 3 partes e contêm 26 capítulos, tendo dois voltados para motivação dos pais e responsáveis e possui 7 h e 35 m e 29s de gravação.
Pelo que pude apurar juntos a profissionais que trabalham em serviços sociais, áreas pedagógicas e de reabilitação infantil, o livro pode ainda auxiliar, em muito, a crianças que estejam doentes, acamadas e/ou hospitalizadas, excluídas de vivências externas, como também a adultos portadores de limitações mentais e que apresentam quadro de idade mental compatíveis com crianças, além de analfabetos. Outra sugestão que recebi foi de utilizá-los para idosos, internados em clínicas geriátricas, utilizando o conteúdo para motivar suas recordações e experiências, além de fomentar o incremento de resgate da memória.
Não se trata, pois, de um livro falado, onde narradores leem algum conto ou romance literário escrito para leitores videntes, e sim de uma obra específica para os que só podem criar elementos imaginários e os trazer para mais perto da concretude e da realidade.