Eu só queria ser ouvida!
Esse é o grito silencioso (ou não) que ecoava do meu peito de mãe no período de quatro anos que vi meu filho sofrer no cruel percurso do bullying.
Mas nós não estávamos sendo ouvidos.
E esse é o pedido que tenho percebido nos diversos relatos que recebo em minha trajetória de estudos sobre essa violência sistemática e gratuita.
Se ao menos alguém nos ouvisse...
São gritos abafados de socorro que, ainda, a escola finge não ouvir, os adultos fingem não ver, enquanto os alvos precisam fingir que está tudo bem para sobreviver.
Duvidei do que eu estava vendo. Pedi ajuda à escola, eu disse que ele tinha que enfrentar, até acreditei que estavam fazendo algo por ele ou que poderia ser frescura. Mas... se ao menos tivessem nos ouvido...
Ouvi seu grito de BASTA depois que ele tentou, até suas últimas forças de criança, uma criança que, como todas as demais, só quer pertencer, só quer participar, só quer se sentir aceita.