Os textos reunidos neste livro reproduzem o caminho do desenvolvimento da Antropologia, que nasceu com foco nas sociedades primitivas e depois se expandiu para as mais diversas áreas da sociedade moderna. O primeiro capítulo, de perfil teórico, aborda a questão das representações coletivas, que é muito importante para o estudo das sociedades primitivas, e os dois capítulos seguintes tratam de grupos caçadores-coletores e abordam temas relativos à igualdade e às relações de gênero. Depois as sociedades indígenas entram em cena, primeiro, para esclarecer a importância da guerra para uma tribo amazônica e, depois, para considerar a relação dos índios em geral com produtos industrializados.
No contexto da sociedade moderna, são abordadas questões de gênero e da importância do corpo feminino nas relações entre homens e mulheres, além do papel do consumo que penetra todos os recantos da sociedade nos tempos atuais. A relação do indivíduo com o consumo pode ser vista como similar a uma prática religiosa, uma vez que se fazem promessas e orações para a aquisição de objetos "valiosos" como se fossem objetos sagrados. Em seguida, observa-se a ênfase dada ao poder da fala, que ocorre emtodas as sociedades. Falar bem em qualquer circunstância confere, sempre, um status diferenciado ao falante, em relação aos seus pares.
A última parte do livro mergulha no carnaval, com destaque para as escolas de samba, que se têm tornado o símbolo não só do carnaval do Rio de Janeiro, como também do Brasil. O aumento da importância das escolas levou a uma rigidez nos seus desfiles, que afastou muita gente de suas apresentações. Muitos desses indivíduos migraram para os blocos de rua, que mantiveram a espontaneidade e a liberdade associadas ao carnaval. Isso resultou num grande aumento dos foliões dos blocos carnavalescos, de cuja alegria parece emergir o "espírito carioca".