"Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo/ E com cinco ou seis retas é fácil fazer um castelo" – assim cantava Toquinho, na canção Aquarela, com letra de Vinicius de Moraes, um hino da infância e da delicadeza para gerações e gerações. Um exercício lúdico de ver o que está além da vista. Sol é círculo, castelo é quadrado, retângulo e triângulo – riscos e retas que constroem um mundo de sonhos. É exatamente este o convite – que tal estimular a imaginação? – que a escritora e ilustradora Angela-Lago, colecionadora de prêmios mundo afora (França, Eslováquia, Japão) e no Brasil – o Jabuti, por ABC Doido – faz aos pequenos leitores, em Triângulos vermelhos.
No divertido livrinho, formas geométricas formam figuras e personagens cativantes que substituem as palavras no decorrer da história, um divertido caso de amor entre um simples rapaz e uma jovem dama da nobreza de olhos enviesados e predileção pelo gelado. O amor, afinal, prescinde de quaisquer vocábulos e seja qual for o sacrifício necessário para fazer dele um polígono de infinitos lados, momentos e afagos, vale a pena lutar por ele!
É isso que os pequeninos leitores irão ler, ver e se esbaldar nas páginas quadradas deste singelo título, adaptação do conto "O dicionário de formas", de autoria da própria Angela. Gargalhadas triangulares e redondos olhinhos brilhantes, com certeza, não vão faltar!