O mercado de capitais brasileiro é ainda pequeno proporcionalmente ao tamanho da economia do país e em comparação aos das grandes bolsas internacionais. Mas é um mercado tecnicamente sofisticado onde todas as transações são realizadas por via eletrônica, com autorregulação e fiscalização permanente.
Mas nem sempre foi assim. Nos primórdios do mercado, as ações eram transacionadas nas bolsas de valores a viva-voz e títulos públicos ao portador, com valores altíssimos, eram transportados de uma instituição financeira para outra nas mãos de liquidantes.
Nesse mercado ainda amador, nos anos 1950, 1960 e 1970, uma corretora se destacou. Por ela passaram muitas pessoas que depois viriam a se tornar notáveis no mercado. A corretora se chamava M. Marcello Leite Barbosa, criada por um entusiasmado cearense que chegou pobre ao Rio de Janeiro, adolescente, atrás de oportunidades.
A corretora teve uma ascensão extraordinária, com resultados comparáveis aos de grandes bancos brasileiros da época. Mas sofreu, vítima de descontroles internos, sonhos de grandeza e envolvimento com pessoas erradas.
Por meio de relatos dos que testemunharam esse período, o jornalista George Vidor, com larga experiência na cobertura do mercado financeiro e dos temas econômicos em geral, reconstituiu a trajetória de Marcello Leite Barbosa e da sua corretora, envolvendo também toda a família, que se viu obrigada, repentinamente, pela morte prematura do patriarca, a assumir as rédeas de um negócio sob intervenção e o fez renascer praticamente das cinzas.
É uma história que retrata também as mudanças pelas quais o Brasil passou naquele período.
Com um texto leve, acessível e muito interessante para todos, mesmo para os não iniciados em finanças, Vidor conta essa história em rimo de thriller, quase um romance histórico. O livro é ilustrado com uma série de fotografias da época.