Assim como Excalibur penetrou à rocha é a poesia. Ela possui o poder de ferir ou curar, a depender da rocha, é claro. Se ela fere, logo a ferida cicatriza e a rocha jamais será a mesma após ser fincada pelo Espírito do Poema. Retirados, das maiores profundezas das abstrações em recônditos onde quase todos podem alcançar, contudo, exíguos são os que regressam. Muitos, desistem ao meio do caminho, outros, nem se quer iniciam a trilhá-lo, e os que o alcançam, é impossível que retornem sendo os mesmos. Pois o poema, quando extraído do cerne de um vulcão é como a lava que derrete o aço podendo moldar a espada de um guerreiro arguido transformando-o e lapidando-o, não, sem a dor, óbvio. Ou seja, para aqueles que fogem à dor, não somente a física, contudo, a emocional e mental, infelizmente, esta obra não lhes é sugerida. Perdoe-me o leitor se iniciante, leigo, ou compenetrante, pois todos aqueles que fogem à ela e não a encaram ou a aceitam como parte de sua evolução nos três mundos, acabam por decaírem em substâncias anestesiantes as quais não possuem o fim de curar a ferida aberta pela existência elucidativa, mas de protelar que o guerreiro siga adiante nos belos e árduos campos de batalha de mara. Assim, constituiu-se esta obra, através de dias, noites e madrugadas adentro no mais interno e profundo lugar oculto de uma caverna onde somente habitam o UM e ninguém mais. Por isso, nobres e incansáveis perscrutadores daquilo que somente os poucos podem enxergar não com os olhares físicos, entretanto, com os olhos da humana Alma, não desistem e continuam, mesmo que sua batalha interna seja árdua e cansativa. Destarte, quase sempre, ao levantar sua pesada espada, ela como sua companheira perene e fiel, exigirá o máximo dos esforços do guerreiro.