Escrito quando Cioran tinha apenas 25 anos, e ainda inédito no Brasil, O livro das ilusões faz uma profunda reflexão sobre a música e o sofrimento, temas que se tornariam recorrentes na obra desse filósofo romeno radicado na França. Com tradução (direto do romeno) e prefácio de José Thomaz Brum, maior especialista na obra de Cioran no país, o livro traz os pensamentos de um jovem que sente intensamente e reflete sobre os sentimentos e a vida: a dor inevitável, a descoberta da música e da possibilidade de fugir de si mesmo através das notas de compositores clássicos como Mozart e Bach.
Além da música, que para Cioran precisa ser vivida em toda a sua intensidade, as reflexões sobre a santidade estão no centro do pensamento de Cioran. Em O livro das ilusões, o autor explora o caminho à santidade possibilitado pelo sofrimento e defende, entre outras coisas, o caráter transformador da dor.
O livro foi escrito um ano antes do exílio de Cioran na França. Mesmo quando fala do sofrimento, Ciron defende que se viva intensamente, que se morra de entusiasmo se for preciso. Já que a única coisa que esse jovem filósofo, que sofreu com as crises de epilepsia na infância e uma insônia arrasadora na juventude, parecia temer na época não era a morte, fim da vida, e sim uma morte vivenciada em vida.