Imagine uma história cheia de violência, injustiças, desmandos de autoridades, infelicidade, perigos desconhecidos e outras tantas situações vexatórias para as personagens centrais. E extremamente leve e prazerosa de ler. É assim O Enigma da Luz. Ao longo do enredo, Paulo, jovem acometido por denúncia de assassinato descabida, cria um universo inteiro como forma de buscar forças para sobreviver às consequências de ter sido pego em situação suspeita. Dela, sua personalidade aparentemente frágil se refaz e vai tomando forma de base forte e capacitada a suportar circunstâncias estarrecedoras. É um livro de mistério. E de suspense. E de aventura. O mar, ora bravio como monstros humanoides ora suave como beijo de mãe, é mesmo a representação pura dos estados que a vida oferece a cada um nós: ondas gigantescas e perigosas e marolas que acariciam nossos pés. Exatamente como é a vida. O Enigma da Luz é livro de amizade. Duas personagens escondidas nos altos e baixos da história, Laura e Leonel, parecem permanecer lado a lado de Paulo durante todo o tempo, fortalecendo elos já fortes com suas palavras de carinho, conforto e esperança. Mesmo em lembranças de Paulo, no universo longínquo que criou, os amigos não se apartam nunca, tornando-se como que alter ego do injustiçado. Mas é nas páginas finais que o universo construído no interior de Paulo se mostra de maneira clara, evidente, absoluto. O homem é presa de seus objetivos, escolhas e postura. As expectativas sobre a vida, o homem as vai assimilando e transformando em aprendizagem, de forma que erros e acertos se configurem situações plenas de evolução. Ler O Enigma da Luz é aprender sobre esperanças. E forças. E amizade. E Fé.