Nunca me conformei com rótulos para Ricardo, que percorreu um longo caminho até chegar a ser o que é hoje: um rapaz integrado, à sua maneira, ao mundo que o rodeia. A criança que não se comunicava, o pré-adolescente comprometido, o adolescente arredio tornou-se um jovem que consegue conviver com os outros, curtindo seus amigos, sua família, sua música, sua prática de natação. Um jovem que sorri, conversa, trabalha e é querido por todos.
Conhecer Ricardo, já adulto, entendendo as dificuldades de sua condição inicial, foi definitivamente um prazer.
É animador constatar que uma mãe, mesmo despreparada para lidar com um filho, querendo e se esforçando, pode aprender.
Dalva foi à luta, buscou ajuda e encontrou. Por meio do aprendizado, cresceu e, sem dúvida, vem dando o melhor de si para a integração do filho.
Seu núcleo familiar foi aumentando e mantendo-se unido pelo amor. A comunicação interpessoal foi trabalhada por profissionais da área, e o núcleo vem se tornando cada vez mais competente.
Que a história de Dalva e Ricardo sirva de exemplo para que todos os pais em situações semelhantes nunca desistam. Na vida, cada segundo é um aprendizado.
— Silvia Bento de Mello Miranda, neuropediatra, fellow em Neurologia do Desenvolvimento pelo Albert Einstein College of Medicine, Nova York