As 35 crônicas aqui reunidas procuram falar da infância de perto, íntima e despretensiosamente, num gênero discursivo cuja substância é a simplicidade. Não é na simplicidade da vida cotidiana que se funda a dimensão política da infância? As crônicas foram produzidas pelo Grupo de Pesquisa Infância e Cultura Contemporânea, no projeto "Fisionomias da infância: experiências cotidianas, alteridades e deslocamentos", desenvolvido na Faculdade de Educação da UERJ, com um histórico de mais de 15 anos de pesquisa e vasta produção acadêmica. Inspirados em Walter Benjamin, compreendem cronista como um historiador do cotidiano, imbuído em eternizar o instante ao transformá-lo em questão filosófica, tensionando as experiências que acontecem no miúdo com a grandeza da história e da cultura. Com Antônio Cândido aprendemos que a literatura é uma forma de teoria social e que a crônica é um gênero atento às intimidades do mundo e à vida que se produz ao rés-do-chão.