Publicado originalmente em 1965, Hospício é Deus mescla memórias de infância com relatos de sucessivas internações em hospitais psiquiátricos. Um depoimento brutal escrito em primeira pessoa por um dos nomes mais instigantes da literatura brasileira do século XX.
"Não creio ter sido uma criança normal, embora não despertasse suspeitas. Encaravam-me como a uma menina caprichosa, mas a verdade é que já era uma candidata aos hospícios onde vim parar."
É desconcertante a sinceridade com que Maura Lopes Cançado desfia suas lembranças. Sem nunca escorregar no sentimentalismo ou na autopiedade, este volume é um poderoso testemunho sobre a trajetória da autora, que viveu uma infância abastada no interior de Minas Gerais antes de passar por diversas internações em hospitais psiquiátricos em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro.
Leitora ávida, tida como revelação literária dos anos 1960, a escritora – que por décadas ficou relegada ao ostracismo – nos convida a refletir sobre os limites entre razão e loucura, ficção e memória, realidade e imaginação.