Uma história recheada de elementos reais e ficcionais que provam ao leitor que não há limite entre o palco e o mundo
As enchentes de novembro de 2008, que deixaram uma série de cidades de Santa Catarina em estado de calamidade pública, dão início ao novo romance de Carlos Henrique Schroeder, História da Chuva. O leitor é conduzido por um legado de perdas, mas também é apresentado ao mundo das artes cênicas, ao envelhecer e à arte. O livro investiga a intrincada relação de Arthur e Lauro: amigos, parceiros profissionais e diretores do Gefa (Grupo Extemporâneo de Formas Animadas), especializado em teatro de animação. A narrativa começa num ponto crítico da vida de Lauro: recém-divorciado e atordoado pela ausência de Arthur, ele procura um sentido para a existência das suas memórias.
A obra é narrada por um alter ego do autor, que tenta, ao criar um perfil de Arthur, descobrir o quanto o teatro e a arte ainda fazem sentido para sua existência. Brilhantemente criada, a literatura de Schroeder tem disso: é recheada de elementos reais e ficcionais que jogam com o leitor provando que não há limite entre o palco e o mundo. Não é à toa que História da chuva foi contemplado com a Bolsa de Criação Literária do Programa Petrobrás Cultural 2012.