Dias de Lua é, sobretudo, um livro sobre a natureza humana e as insatisfações geradas pela mesmice cotidiana, explorando o limite entre o ponderável e o insano na busca por uma autorealização muitas vezes utópica. A obra apresenta conflitos, tensões, dramas existenciais e angústias em um cenário emblemático e desolador. Gaspar é um homem peculiar. Por trás de seu aparente autocontrole e sua vida tranquila, há uma insatisfação doentia pelo que o cotidiano lhe proporciona. É rabugento e aponta o que ele próprio considera defeitos nas pessoas. As atitudes da esposa o incomodam, o namorado da filha o incomoda, a maneira como as pessoas encaram a vida o incomoda, e até os nomes da esposa e da filha o incomodam. Dias de Lua é, ao mesmo tempo, um romance sobre a insatisfação e as consequências desastrosas geradas por decisões equivocadas.