Fruto do desejo juvenil e impaciente de obter todas as respostas sobre "a" Justiça em tempos de pluralidade e diferença, a presente obra procurou nos paradoxos do pensamento desconstrutivista as linhas orientadoras para uma realização/constituição do Direito de forma que seja capaz de equilibrar a sua estrutura inevitavelmente generalizante, violenta e excludente com o imperativo de acolhimento, empatia, em atenção às vulnerabilidades do absolutamente outro. Tal missão nos leva, em muitas ocasiões, à renúncia do raciocínio jurídico para encarnar um papel ético-político através do direito, o que pode ser visto como uma virtude, embora também como um certo vício, já que tornar o direito uma ferramenta para um outro objetivo, mesmo que seja para realizar um Bem, pode deixá-lo suscetível à colonização por qualquer outra finalidade. É por essa razão que se convoca também uma outra percepção sobre a Justiça do Direito em torno do problema da convivência humana na partilha do mundo, voltada para a realização pessoal que só pode existir com o outro e com todos os outros em comunidade.