Atualmente, vivemos em uma sociedade voltada para a aparência, para o consumo, onde a vida das pessoas é fluida e a empatia, cada vez mais rara e, por vezes, quase inexistente. Nesse contexto, as pessoas com deficiência enfrentam múltiplos preconceitos, resultado dos tempos em que vivemos. Tentamos, portanto, posicionar-nos como protagonistas do nosso futuro e das políticas que serão elaboradas para as pessoas com deficiência, seguindo o princípio fundamental da ONU: "Nada sobre nós, sem nós". O resultado deste livro vem preencher uma lacuna: a escassez de produções científicas voltadas à temática das pessoas com deficiência. Essa produção é fundamental para transformar o processo de invisibilidade dessas pessoas em um processo de valorização e reconhecimento, tanto pela sociedade quanto pelo meio acadêmico. É importante destacar que esse processo de exclusão e invisibilidade se evidencia de forma clara nos resultados do último Censo do IBGE — Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística — realizado em 2022. Se compararmos com o Censo de 2010, percebemos que, naquela época, éramos aproximadamente quase 45,6 milhões de pessoas com deficiência, enquanto agora somos apenas 18 milhões. Quantas pessoas foram excluídas das políticas públicas e lançadas à invisibilidade?