A solidez de alguns dos elementos da história do Brasil é posta em discussão nesse livro de estreia em poesia de Pedro de Souza, que, desde o título, brinca com os destinos de um país em reconstrução constante, no qual o tempo é também uma instância movediça. Sabendo-se parte de uma tradição de poetas "condenados" à língua portuguesa, De brasilis miseria joga igualmente com os limites dados pelas palavras, pelos versos e pelas rimas, de modo a erguer uma versão própria e bastante singular de nossa história. Nela, figuras do passado reaparecem no presente, reafirmando a sensação de que estamos parados em muitos pontos de uma linha do tempo do país, iniciada com uma colonização violenta, que nos deixou marcas ainda insolúveis.