A história abrangente das ligações entre o autismo e o nazismo. Como os diagnósticos refletem os valores, as preocupações e as esperanças de uma sociedade.
O regime nazista massacrou milhões na Europa durante a Segunda Guerra Mundial, classificando as pessoas de acordo com raça, religião, comportamento e condição física para tratamento ou eliminação. Os psiquiatras nazistas tinham como alvo crianças com diferentes tipos de deficiência – especialmente aquelas que demonstravam déficit de habilidades sociais –, alegando que o Reich não tinha lugar para elas.
Hans Asperger e seu colega austríaco Leo Kanner foram os primeiros médicos a introduzir o termo "autismo" como diagnóstico independente para descrever certas características do distanciamento social. Asperger e seus colegas de fato se esforçaram em proporcionar cuidado individualizado para estimular o crescimento cognitivo e emocional de crianças que estariam na ponta "favorável" do espectro autista; no entanto, transferiram outras que consideraram intratáveis para o Spiegelgrund, um dos mais letais centros de extermínio de crianças do Reich.
Crianças de Asperger nos leva a repensar como as sociedades avaliam, rotulam e tratam os indivíduos diagnosticados com algum tipo de deficiência.