Dedico estes versos a todos os meus conterrâneos que ora se encontram longe de mim. Dirijo-me, em particular, a você, leitor que afortunadamente jamais precisou emigrar e que quase não tem estímulo para pensar o quanto nos faz falta o ar, a água, os sons, o aroma, o víço e o aconchego de nossa terra, prerrogativa quase que exclusiva dos ausentes, os quais facilmente compreenderão meus sentimentos. Tal sensação de falta constitui-se num pesado fardo, causado pelos longos anos de confinamento em plagas distantes. A separação física entre eu e o meu mundo nunca foi corroborada pelos meus pensamentos, os quais sempre me embalaram num sonho da terra natal bela e doce. Todas estas sugestões aliaram-se às recordações de um passado que para muitos não fazem sentido, mas permanecem vivas no âmago do meu ser.