O problema ambiental ingressa definitivamente no exame da estrutura energética nacional, com as energias renováveis, especialmente energias solar e eólica. Embora estas tenham demorado algumas décadas para serem consideradas economicamente viáveis, sua incorporação à matriz energética era esperada e desejada. Custos externos, poluição ambiental e eficiência energética são novos componentes que se agregam à análise do espaço energético dos países. Professores de universidades brasileiras e cientistas de instituições de pesquisa são destacados protagonistas do processo de construção da estrutura científica, experimental e teórica nos diversos ramos das energias renováveis, o que se sintetiza no caminho percorrido para organizar a Associação Brasileira de Energia Solar, a ABENS. A produção acadêmica ao longo de décadas, na segunda metade do século 20, testemunha o esforço realizado para acompanhar os desenvolvimentos internacionais e implantar as bases do conhecimento científico no Brasil. Levando em conta a importância que adquire o conhecimento adequado do recurso solar, quando se trata de projetar e instalar sistemas solares, destacam-se os esforços realizados para construir bancos de informação, na forma do Atlas Solarimétrico do Brasil. Os instrumentos utilizados nacional e internacionalmente para sua medição e a inestimável contribuição de vários centros de pesquisa do Brasil na compilação de informações terrestres e satelitais tiveram, e ainda têm, papel vital na ampliação da matriz elétrica do país. Tal crescimento se reafirma no panorama do setor solar térmico do Brasil, no vasto mercado que os sistemas de coletores solares térmicos abarcam e nos benefícios decorrentes de sua utilização em residências e indústrias do Brasil. Também, o início da pesquisa em células solares e na tecnologia fotovoltaica, desde fins da década do 1960 até nossos dias, e as primeiras aplicações em residências afastadas da rede de energia elétrica, demonstram, numa perspectiva de tempo mais ampla, o caminho iniciado nas áreas rurais, a concorrência com a rede de energia elétrica, seu deslocamento para áreas urbanas e o retorno para o campo de acordo com as novas possibilidades que a tecnologia fotovoltaica oferece. Além disso, novas arquiteturas de células solares são lançadas no mercado já na década de 2020, demonstrando a sua constante evolução tecnológica e crescente aplicação prática na realidade brasileira.