Casa entre vértebras é narrado em primeira pessoa por um personagem que não é nomeado. O romance gira em torno das tentativas deste personagem-narrador de escrever uma carta em que fale de si mesmo para certa Ana. No livro, a consciência individual ocupa o primeiro plano. Alguns temas e imagens povoam a narrativa: o ser, o nada, a morte, a palavra, o silêncio, gavetas, aranhas, espelhos... Um repertório de obsessões. Emaranhado na trama de sua linguagem, o narrador tenta compor um dicionário de si mesmo, procura "viver sintaticamente", como um conjunto de vértebras, e esse desejo de ordem e harmonia é que o empurra sempre para o oco do silêncio, o nada que se revela núcleo de todas as coisas. São descobertas dessa natureza que sua palavra áspera e incansável nunca termina de dizer.