Bolsa de Mulher é uma metáfora. Prima pela estética e funcionalidade. Pretende abarcar anseios e necessidades humanas. Contém surpresinhas, coisas cheias de significado e grandeza, outras com pouco sentido ou mesmo supérfluas - nunca se sabe se alguém vai ou não encontrar serventia.... Assim o Bolsa-livro de Mulher foi concebido. No seu bojo, composto de textos curtos publicados aos domingos no Caderno Vida & Arte do Jornal O Povo de Fortaleza, você, leitora, encontrará uma incrível identificação e a complexidade caótica característica de nossas bolsas. Nele há coisitas que os homens nem imaginam. Tem crônica de todo jeito e para todo gosto, envolvendo temas sobre relacionamento com os homens, amizade, casamento, questões domésticas, morte, ética, comportamento, vaidade, visão de futuro, envelhecimento, solidão, medos, viagens, diversidade de gênero, saudade, dieta, filhos, netos, carências afetivas, tédio, vida social, maturidade. Paralelamente, influenciada pela ideia do livro-bolsa e por desejo traquinas, resolvi pesquisar, em minha rede de relacionamentos, o conteúdo das bolsas das mulheres. A tirar pela minha própria bolsa, onde mantenho uma porção de coisas que considero imprescindíveis, supus que as outras mulheres também deveriam dispor em suas bolsas de uma coleção de objetos pitorescos e, claro, essenciais. A proposta foi instigar as mulheres a abrir suas bolsas e encorajá-las a fazer um inventário de seus pertences. Das 50 mulheres que responderam a minha sondagem, identifiquei quase 240 itens diferentes. Em termos quantitativos, a média de itens na bolsa ficou em torno de 32. A líder absoluta, a mais prevenida, continha nada menos que 70 objetos em sua bolsinha. Além dos itens comuns às necessidades e vaidades femininas, encontrei nessa bolsa coletiva, por exemplo, ração para cães e gatos de rua, tampinhas de válvula de pneus e notória variedade de remédios: do Engov ao tranquilizante. A título de proteção, não faltaram os santinhos com oração, terços, amuletos, florais, sachês, medalhas milagrosas e ainda sapinho chinês e seixos da França para dar sorte (veja a relação completa no final do livro). Que este livro-bolsa faça sentido para você, leitora, e, com ele, exercitemos nossa cumplicidade em torno do conteúdo “misterioso” de nossas bolsas e mentes.