Aqui, Lucas Figueiredo traz à vida, pela primeira vez, a trajetória dura e demorada em direção à descoberta de nossas riquezas minerais — e suas conseqüências. A América Portuguesa estava entre as noves províncias gemológicas do mundo. Com um solo impregnado de pedras preciosas, sobretudo, diamantes. Mas foram mais de dois séculos até a Coroa ver algum sinal de riqueza. E apenas a metade do tempo para dilapidar esses recursos. Em cem anos, Portugal torrara mais de metade do metal precioso produzido no mundo naquele período.
Uma sucessão de monarcas perdulários, administradores corruptos e sonegadores de impostos desfilam nas páginas de Boa Ventura com a familiaridade nascida da boa pesquisa. Lucas, com vários Prêmios Esso na bagagem, segue as pegadas fincadas nas picadas da mata por gerações de aventureiros. E traça um painel da grande transformação brasileira: estimulada pela corrida do ouro, a imigração contribuiu para transformar uma colônia esquálida de 300 mil habitantes em robusta colônia de 3,6 milhões. A busca pelo metal ajudou a ocupar e proteger as fronteiras do Brasil, a desenvolver a agricultura e até mesmo as artes.
Só uma coisa não restou desse período... Seu principal protagonista: o ouro brasileiro. Pulverizado por toda Europa.