Este mundo que chamamos de Oriente Médio, que em épocas ligaram as culturas do continente asiático, ao qual influenciaram culturas no mundo inteiro, exerce um fascínio sobre nós: as mil e uma noites, os haréns com suas lindas mulheres proibidas, poesia, oásis, miragens, mistério do Saara, Ali babá e os quarenta ladrões, o pirata da perna de pau, Capitão Gancho, tudo isso é para nós o Oriente, que mexe com nossa imaginação. Histórias de piratas que outrora era conto de fadas, com tatuagens no braço simbolizando monstros dotados de cauda, orelhas animalescas, barbicha caprina, patas com unhas compridas, chifres com asas de morcego, hoje representa grupos armados num contrassenso ao forte nacionalismo antiocidental, aterrorizando os dois extremos do continente africano, uma aorta que vai desde Somália a Gibraltar, circunavegando por todo o Chifre da África cometendo frequentes ataques para cobrar impostos pela invasão do seu espaço marítimo. Injustiçados com a política de seu país que se perde na complexidade das leis internacionais, revoltam-se de forma cruel contra a ganância humana e contra aqueles que violam suas leis comprometendo a miséria.
As três virgens da burca é uma história com energia vibratória, além da pirataria vai retratar a história de uma família de mulçumanos xiitas residentes na cidade de Mascate,também conhecida como a cidade amuralhada, comandada pelo patriarca numa ditadura fundamentalista considerada a mais radical do regime islâmico. Nesse regime certas criaturas se consomem no autoflagelo, algumas sorriem para a juventude, outras perdem o vigor com a idade: um substrato de real valor da decadência do mundo contemporâneo. A história envolve esse fascinante mundo de expressão humana flagelada escoando um caldo de faculdades mentais falida, uma revolução silenciosa que só será concluída quando todas as suas ditaduras forem vencidas nas urnas para derrubar a segregação racial, os conceitos religiosos e a política ditatorial de coerção e intimidação. Inteiramente fascinante a história elenca uma aventura com um foco de estímulo, com contingentes surpreendentes, a ponto de deixá-lo como sendo o próprio alvo das situações arrojadas, como se estive deslizando numa ficção onde o eclipse do Sol e da Lua aparece para ajudar os seus anjos aniquilar os demônios recrutados pelo mal.
Autor das obras literárias: Linda Libanesa e O Último Processo. Em breve será publicada a obra O Rapto das Sabinas.
Revisão de Fabiana Martins de Oliveira.